sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Depressão (e ansiedade) - Estamos tratando certo?


Normalmente, publico respostas a perguntas enviadas por internautas e pacientes no site (www.icaro.med.br) mas como empolguei-me um pouco nesta resposta, achei por bem postar aqui também, esperando que seja útil ao leitor.

PERGUNTA
"Tenho 2 filhos, muito stress com trabalho e familiar, sem tempo para me cuidar. De uns tempos pra cá tenho me sentido abatida e morro de medo de depressão. Será que mesmo assim a ortomolecular pode me ajudar"?

RESPOSTA
Bom dia,XXX

Vamos por partes...

1 – Arranjar um tempinho para se cuidar é fundamental. Afinal de contas, se você adoecer terá que parar “à força” e aí quem irá cuidar de tudo o que você tem dado conta? Por isso, primeiramente, recomendo ler e procurar ao máximo seguir o que está na apresentação Viver: O que é Necessário (http://www.icaro.med.br/videos/viver-o-que-e-necessario). Afinal, é a base para o bom funcionamento do organismo, corpo e mente, sem a qual mesmo os melhores medicamentos têm dificuldade de agir.

2 – Em consultório, trabalho basicamente com ortomolecular, homeopatia e orientações em hábitos saudáveis, associando quando necessário fitoterapia, modulação hormonal e mesmo a medicina “tradicional”. Ou seja, não é só a estratégia ortomolecular em Medicina que vai ser utilizada no tratamento do seu caso (mais informações nas respectivas seções do site)

3 – Todos passamos por períodos difíceis em nossas vidas, infelizmente centenas de vezes. E é perfeitamente normal apresentar fases onde nosso humor parece estar “depressivo”. Nossa sociedade, erradamente, convencionou algo como “ficar triste é doença, que tem que ser tratada” e por isso multiplicam-se os usuários de antidepressivos e ansiolíticos (calmantes); mas o distúrbio está no estado constante de tristeza e humor “em baixa” (sobretudo se sem motivo) e não nos episódios ocasionais. Assim sendo, a primeira medida “anti-depressão” (e anti-ansiedade também) é não transformar a preocupação com sua saúde em mais um pesado fator de stress (e, por conseguinte, de doença).
Entretanto, se diagnosticada depressão (o que só pode ser adequadamente feito após avaliação detalhada e atenta), não são os antidepressivos o único recurso terapêutico. O tratamento da depressão passa obrigatoriamente por:
a.     Há uma causa identificável? Então precisa ser abordada e resolvida. Ou então o paciente ficará tomando medicamentos por toda uma vida porque com eles estará só paliando sintomas. Aqui, o apoio psicológico é muitas vezes valioso, se não indispensável.
b.     Em muitos casos de depressão, há falta de alguns neurotransmissores (substâncias que transmitem as diversas informações) e nutrientes no cérebro. Nestes casos, sem a reposição destes, não há possibilidade de falar-se em cura da depressão:
o   Será que a dieta está adequada, fornecendo ao organismo os nutrientes necessários (por exemplo para a fabricação dos neurotransmissores)? Se não, tem que ser melhorada.
o   Será que o intestino está funcionando bem e realmente absorvendo dos alimentos estes nutrientes necessários? O mal funcionamento intestinal não só reduz a absorção deles mas também aumenta a retenção de toxinas, o que pode prejudicar o funcionamento de todo o organismo (causando distúrbios)
o   Será que sua circulação sangüínea está boa o suficiente para transportar os nutrientes até seu cérebro (ou onde devam chegar)? Afinal, de nada adianta absorvê-los bem mas eles não chegarem onde são necessários.
c.      Como tudo no corpo, depois que os neurotransmissores cumprem sua função são inutilizados/inativados pelo próprio organismo. A maioria dos antidepressivos age reduzindo esta inutilização/inativação, assim deixando-os agir por mais tempo.

Espero que tenha ficado claro que para tratar um quadro de depressão, muito mais tem que ser considerado que só administrar antidepressivos. E é exatamente por isso que tanta gente experimenta insucesso nos seus tratamentos, tanto de depressão quanto de ansiedade.

Mas fuja dos rótulos! Por que é tão importante assim que você necessariamente tenha um nome para o seu conjunto de sinais e sintomas atual? Na minha opinião:
-                    Procure pelas causas e agravantes psicológicos do seu quadro clínico, trabalhando para resolvê-los;
-                    Arranje tempo para cuidar de você mesma e sua saúde, em todos os níveis (lembre-se que, se você adoecer, será obrigada a conseguir este tempo, até de forma mais urgente);
-                Corrija erros nos seus Hábitos de Vida (http://www.icaro.med.br/videos/viver-o-que-e-necessario);
-                    Trate-se.

Por fim, respondendo à sua dúvida: SIM, a ortomolecular (junto à homeopatia e Hábitos Saudáveis de Vida) pode te ajudar.

Boa semana!

Ícaro Alves Alcântara
www.icaro.med.br
Twitter: @qualidade_vida


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